quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Uma biblioteca em crise existencial

ce3po - Flickr
O termo crise existencial é uma maneira de dizer que falta o sentido em existir. Seja em face a questões psicológicas, seja em declaração conotativa, a Biblioteca Nacional construída na capital federal carece até hoje de utilidade e padece desse problema.

Um prédio dotado de quatro andares com amplos espaços criados pelo arquiteto Oscar Niemeyer cravado em grande praça que abrange também o Museu Nacional está sendo palco de grande burocracia e pouca serventia pública.

Em minha primeira e recente visita à Biblioteca o segundo e terceiro andar estão disponibilizados para a exposição de fotografias (Foto Arte 2007 – http://www.fotoartebrasilia.com.br), aliás uma bela exposição, percebi que menos da metade de cada pavimento foi utilizado para a exposição, aliado a experiência de saber que antes dessa exposição o acesso ao local é restrito a somente funcionários paira a certeza que o prédio como um todo é um imenso nada, pois fora do perímetro dos quadros de fotografias não vi e nem percebi a existência de quaisquer móveis sejam cadeiras, mesas, armários e até mesmo estantes.

Biblioteca é um local erigido também para armazenar os conhecimentos e produção cultural que possam ser escritos e publicados em livros, revistas e periódicos afins. É salutar um ponto de convergência entre os criadores e os buscadores de conhecimento (leitores) que na maioria das vezes é uma Biblioteca que faz a ponte ainda mais que o livro no Brasil tem preço proibitivo.

Deste ponto faço um registro de indignação perante ao descaso dado à educação no Brasil, um país carente de massa crítica e de leitores deixa em pleno planalto central, ao lado do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional uma bela e grande construção, que objetiva a democratizar o acesso ao conhecimento, em total e pleno desalento. Não é sem motivo que o país não seja só o campeão da má distribuição de renda, mas também esteja em primeiro lugar em desperdiçar oportunidades.

Se uma Biblioteca adquirisse inteligência artificial pela quantidade de conhecimentos que objetiva manter o exemplar acima descrito estaria em grave crise existencial pois não conseguiria entender a razão de sua existência.