domingo, 20 de abril de 2008

Tudo é passageiro

De tempos em tempos vem o Governo alertando sobre os perigos da Dengue, doença essa transmitida por um mosquito. E a principal causa deste problema é o descuido da população para com a água parada, decreta o Estado.

No Rio de Janeiro a doença já virou epidemia com jeito eleitoral, a impressa não se cansa de relatar novos casos, logo, logo vira moeda de campanha, pois o pleito está próximo e em breve não vai faltar político dizendo que vai erradicar o inseto.

O caos já está instalado. Há poucos dias saiu no noticiário que os Estados estão a enviar médicos para ajudar o RJ. O exército, um verdadeiro “Bombril” (mil e uma utilidades) para Estado ineficiente, também mobilizou suas tropas montando barracas-hospitais, para a falida saúde pública carioca, como se não bastasse toda esta infra-estrutura, o velho ditado “miséria pouca é bobagem” se fez presente, próximo a uma favela, um hospital-caravana do exército com médicos itinerantes virou trincheira da guerra entre a polícia e traficantes. Já não falta mosquito que pode matar, agora vem "besouro de chumbo" que manda enterrar na primeira picada. É realmente a picada do fim , ou melhor, o fim da picada. ;-)

Não tenho bola de cristal, não sendo eu um arauto da desgraça e nem um cavaleiro do apocalipse, mas parece que o Rio de Janeiro está deixando de ser a cidade maravilhosa, onde o inebriante discurso das belas praias, mulatas saltitantes e nababesco carnaval está se transformando no refrão da música "Deus é brasileiro", composta por Renan Ribeiro e interpretada pelo grupo Terra-Samba:

"Ônibus lotado, povo apertado
Será que na vida tudo é passageiro?
Um calor danado, povo sem dinheiro
Tenho lá minhas dúvidas se Deus é brasileiro
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô, ô, ô"