quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Uma biblioteca em crise existencial

ce3po - Flickr
O termo crise existencial é uma maneira de dizer que falta o sentido em existir. Seja em face a questões psicológicas, seja em declaração conotativa, a Biblioteca Nacional construída na capital federal carece até hoje de utilidade e padece desse problema.

Um prédio dotado de quatro andares com amplos espaços criados pelo arquiteto Oscar Niemeyer cravado em grande praça que abrange também o Museu Nacional está sendo palco de grande burocracia e pouca serventia pública.

Em minha primeira e recente visita à Biblioteca o segundo e terceiro andar estão disponibilizados para a exposição de fotografias (Foto Arte 2007 – http://www.fotoartebrasilia.com.br), aliás uma bela exposição, percebi que menos da metade de cada pavimento foi utilizado para a exposição, aliado a experiência de saber que antes dessa exposição o acesso ao local é restrito a somente funcionários paira a certeza que o prédio como um todo é um imenso nada, pois fora do perímetro dos quadros de fotografias não vi e nem percebi a existência de quaisquer móveis sejam cadeiras, mesas, armários e até mesmo estantes.

Biblioteca é um local erigido também para armazenar os conhecimentos e produção cultural que possam ser escritos e publicados em livros, revistas e periódicos afins. É salutar um ponto de convergência entre os criadores e os buscadores de conhecimento (leitores) que na maioria das vezes é uma Biblioteca que faz a ponte ainda mais que o livro no Brasil tem preço proibitivo.

Deste ponto faço um registro de indignação perante ao descaso dado à educação no Brasil, um país carente de massa crítica e de leitores deixa em pleno planalto central, ao lado do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional uma bela e grande construção, que objetiva a democratizar o acesso ao conhecimento, em total e pleno desalento. Não é sem motivo que o país não seja só o campeão da má distribuição de renda, mas também esteja em primeiro lugar em desperdiçar oportunidades.

Se uma Biblioteca adquirisse inteligência artificial pela quantidade de conhecimentos que objetiva manter o exemplar acima descrito estaria em grave crise existencial pois não conseguiria entender a razão de sua existência.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Elucubrações culturais

De longe avisto várias delas, de perto muitos deles. Estou cercado de lojas e estandes com vendedores ávidos por compradores. No interno aconchego, os livros me abraçam fico perdido com tantos conselhos que os escritos sussurram. Gosto muito de tudo isso.

É um grande local de informação dividido em espaços e estandes, de livros e estantes. Tem de tudo, do novo ao usado, do best-seller ao “ensebado” prontos a serem consumados. Onde tem criança, adolescente e experimentado. Tem de monte a um pedaço, falo dos livros e do cansaço. As professoras que confirmem o fato. Organizar um passeio com 20 a 30 crianças é um trabalho digno de um abraço.

O passeio é cambaleante, as pessoas transitam de maneira incessante. O burburinho é presente, a devida atenção nos livros é ausente, e a cada edição o volume literato é crescente. Busco ali e acolá um livro ou revista que me faça pensar.

Não sei de princípio por onde começar é tanta coisa a folhear, os olhos ficam a bisbilhotar o que os livros tentar falar. Tem pessoa que vem me socorrer digo estou somente a percorrer, eu sei que está querendo vender e percebo meu bolso avisando em me conter, com esperança, o preço ainda há de ceder.

Tenho muita vontade em me entreter, leio aqui, folheio outro ali. Vejo que tem muito o que ler. Logo um me prende a atenção está meio do saguão, ali perto do vão. Fico ali um belo tempão, o vendedor inquieto com a minha divagação, pergunta se preciso de uma ajuda então. Digo que não, sei que é sua obrigação vender para ganhar o pão e vigiar aquele montão. É grande a sua preocupação, ainda mais que um jornal perto do latão avisa que a corrupção escorre pela mão.

Fico triste com a situação em meio a multidão, pessoas sedentas por informação, vejo que esta pequena importunação ocorre amiúde sem qualquer distinção. Deixo aqui as loucuras no porão, compro de pronto já, o livro que em minha mão está, esperançoso com mais informação ajudar este mundão a melhorar. E quero que esta Feira do Livro possa abraçar uma quantidade maior de pessoas querendo estudar.

sábado, 28 de julho de 2007

A sujeira da limpeza

O começo do texto se dá em um local onde poucas pessoas dão atenção à sujeira que cometem mesmo estando em um ambiente que é feito para manter-se limpo, literalmente em duplo sentido. O banheiro público local este, que no Brasil estima-se que 10 milhões de pessoas usem-no, no mínimo, duas vezes por dia. Por questões de higiene, a maioria dos banheiros tem toalha de papel, que mede em média 0,06 metros quadrados.

Em minhas andanças higiênicas que são feitas somente em momentos estritamente necessários (não sou pesquisador catedrático) percebo que cada pessoa utiliza não menos que 4 toalhas de papel para secar as mãos, fazendo ser totalmente supérfluo o onipresente aviso: “Duas toalhas são suficientes para secar as mãos”. Neste pequeno deslize de atenção cada pessoa abusa de 0,12 metros quadrados de papel-toalha a cada ida no banheiro, transformando em grande descaso com o meio ambiente. Para tal afirmação ser verdadeira farei um cálculo. Em trecho acima disse que menos de 10% da população brasileira usa o banheiro público duas vezes por dia. Cada usuário gasta 2 toalhas excedentes para secar as mãos. Tendo uma toalha 0,06 metros quadrados de área. Seriam necessários 12 metros quadrados de papel para 100 pessoas com duas idas diárias.

Fazendo um estudo otimista para a ecologia. Alguns banheiros já trocaram a toalha de papel por secadores elétricos (olha o consumo de energia), outros ainda mantém os toalheiros de tecido e que algumas pessoas vão e voltam sem lavar as mãos, os 10 milhões inicialmente anunciados seriam resumidos a 1 milhão de pessoas por dia no Brasil, que utilizam o banheiro duas vezes com excedentes duas folhas de papel-toalha. Com o cálculo em punho do parágrafo anterior teremos gasto 120.000 metros quadrados de papel por dia em idas e vindas.

Diante do latifúndio de papel, o mais correto e sensato, seja para o diminuir o lixo, seja para manter as árvores nas florestas, seria trocar os óculos da insensibilidade e prestar mais atenção no aviso que diz: “Duas toalhas são suficientes”. No ambiente que nos fornece subsídios à adequada limpeza, a não utilização de duas toalhas transformaria a sujeira da limpeza em pontos positivos ao meio ambiente e a natureza agradece.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Onde foi que eu errei ???

Em uma família a organização de responsabilidades, direitos e deveres é feita de maneira bem definida. As atribuições e responsabilidades vão ganhando forma e escopo com o tempo, mas o nascimento dos filhos é um divisor de águas.

O pai precisa dar o exemplo para que os filhos tenham um horizonte de conduta e que essa possa ser mimetizada. Se o pai for de índole má será bem provável que os filhos o seguirão, já sendo detentor de uma reputação ilibada a sua prole terá grande probabilidade de também a ter. Mas nem sempre essa regra é inexoravelmente presente, porque vai depender também de quanto os pais gratificam os acertos e repreendem os erros de conduta dos filhos.

O governo sendo um pai para os seus cidadãos tem sido, de uns tempos pra cá, bem reticente e ausente na correção dos erros de seus “filhos”. A polícia federal tem apresentado a personalidade de um irmão mais velho: de orientar, de punir, de prender, de chamar a atenção para os descaminhos dos “irmãos”. Vem fazendo papel de alertar o pai para os problemas que as atitudes dos “irmãos” mancham a reputação da família.

Contudo o governo (o pai) totalmente alheio ao desvirtudes dos “filhos” juntamente com os representantes da justiça (a mãe) e acobertados pelos parlamentares (vovôs) fazem diariamente péssimos exemplos de uma família desgovernada.

O irmão mais velho PF bate, grita, prende e avisa o pai. O governo ausente como sempre vive falando que não sabe de nada e pede à mãe para cuidar do caso. A justiça com peninha maternal e com a ajuda dos vovôs parlamentares mandam soltar o coitadinho, filhinho de papai queridinho da mamãe. Ele não fez isto ou aquilo, meu filho não se mistura com essa gentalha.

Já os vizinhos, diga-se países, tentam ajudar dando conselhos, pedindo para ler a cartilha, querem investir, mas ainda se sentem inseguros se deixam seus filhos “estudarem” juntos com filhos desregrados que não tem limites que desconhecem as leis e que sobrevivem da impunidade. Não é a toa que cobram-nos mais transparência, lisura, menos burocracia e corrupção.

Não vai adiantar chorar depois pelo leite derramado, ficar se lamentando que a prole não aprendeu sobre o correto e os bons costumes e nem tampouco tampar os ouvidos para silenciar o eco da frase: “Onde foi que eu errei ???”.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

A paz sob escolta de guerra

A visita do Papa ao Brasil no mês de maio não só lavou e purificou corações e mentes dos fiéis católicos, bem como colocou o Brasil no altar dos santos com a beatificação de Frei Galvão primeiro santo nascido no país. A visita foi um grande espetáculo, seja no tamanho da multidão que compareceu à missa, seja no grande e extensivo aparato militar de proteção digno dos que se fazem em tempos de guerra para um chefe de estado.

Na grande mídia o assunto orbitou reiteradamente na beatificação do santo brasileiro, locais por onde o Papa iria passar e ou ficar, nas vestes, comidas e na cadeira que o santo padre iria vestir, comer e sentar e na proteção que a polícia conjuntamente com o exército iriam proporcionar à população. Nota-se que a mídia divulgava, mesmo em volume baixinho, que a força militar estaria ali mais para proteger a população do que o Papa. Como já dizia o título de um programa televisivo “Acredite se quiser”.

No Campo de Marte a missa transcorreu divinamente tranqüila mas só faltou aparecerem alguns famigerados marcianos pois a presença da pesada artilharia demonstrou que estavam ali mais para uma guerra do que manter a tranqüilidade da missa ainda mais que no local foram avistados alguns tanques de guerra, vários helicópteros, dezenas de centenas de soldados e um sem número de atiradores de elites, tudo isto em prontidão para proteger a indefesa multidão de fiéis.

Neste cenário o que não fica claro é que quando o Dalai Lama, também uma Santidade, vem às nossas terras não carece de nababesca proteção militar.

Mas um assunto que passou longe dos holofotes midiáticos (vide em: O Papa e a CLT) foi o pedido do Vaticano para o Brasil não reconhecer o ofício de padres e sacerdotes como relação trabalhista. Pois se assim o fizer o Brasil iria abrir as comportas de uma enxurrada de processos trabalhistas impetrados pelos sacerdotes contra a Igreja, mas também daria forma a um enorme passivo trabalhista a favor do governo brasileiro em detrimento do episcopado.

E que o Papa venha todos os dias para nos proteger.

sábado, 28 de abril de 2007

A justiça não tarda a falhar

“A justiça tarda, mas não falha” este sim, poderia ser o título, contudo a conjectura atual não me deixa outra escolha. Já se fosse “A justiça não tardará a falhar” pressupõem que nunca falhou e começará em algum tempo futuro que também não é o caso. Por assim dizer fico bem satisfeito com o atual título, pois reflete bem a situação em que vivemos.

A igualdade, objeto da justiça, deveria estar mais presente nos julgamentos. Sinto a falta dela em vários contextos, seja na atuação do Estado que deveria abraçar todos os cidadãos de igual maneira com o seu amplexo de benefícios sociais e benfeitorias públicas, seja na emanação dos vereditos jurídicos onde haveria de julgar todos igualmente. No cerne deste último a falta da igualdade não foi esquecida à toa. O próprio instituto do foro privilegiado já denota que uns são mais iguais que outros. Este benefício ao ser avocado no julgamento põe por terra o objetivo da justiça, pois de início, uma das partes pesa mais na balança.

Parando de teorizar relato a prática deste benefício com apenas um acontecimento recente que demonstram o que foi dito acima. Vale ressaltar que não se trata de ficção, mas sim de história verídica posta na mídia de grande abrangência e circulação.

Na operação brisa matinal, (este deveria ser o nome correto para a operação denominada Hurricane, furacão em inglês) deflagrada pela Polícia Federal (PF) contra a máfia dos bingos e caça-níqueis no Rio de Janeiro, que prendeu diversas pessoas das mais variadas estirpes como bicheiros, servidores públicos a até juízes e desembargadores. Não só neste, mas também em outros o trabalho feito pela PF é de ímpar qualificação e eficiência pois é necessário um grande aparato logístico e tecnológico aliado a uma imensa discrição de seus agentes para desbaratar tal quadrilha, cujos tentáculos chegaram até mesmo a um delegado e agente da própria corporação.

O sentimento de um agente da PF numa situação dessa é de frustrar o coração, pois ao fazer um longo trabalho cansativo e estressante como esse, que até pode prejudicar o relacionamento familiar e saber mais tarde que as pessoas que você ajudou a prender estão soltas por terem foro privilegiado.

Cedo está para julgar se fizeram ou não algo de errado, mas se houve cumplicidade e/ou vínculo (pressupõe que duas ou mais pessoas estão envolvidas), então todas elas juntas devem estar e ficar, sejam presas, sejam soltas.

No desenrolar deste texto a justiça parece que gosta de complicar assim como no próprio português onde o termo “tudo junto” se escreve separado e “separado” se escreve tudo junto.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Perguntas imbecis

O título forte é por causa de indignações perante observações na mídia relativas à perguntas feitas por repórteres, investigadores e tomadores de depoimentos dirigidos para pessoas privadas ou públicas inseridas em situações de grande comoção ou praticantes de delitos.

Começo pelas as de comoção. Na trarei aqui à luz uma história real, mas sim, uma que não aconteceu, contudo a semelhança com outras tantas reais não terá sido mera coincidência.

No dia 10 de tal mês às 19:00 no cruzamento da marginal Polícia Inexistente com a Rua Descaso Público, a técnica bancária Maria do Carmo, 28 estava em seu carro a esperar o sinal abrir. Quando de repente, é abordada por dois meliantes encapuzados. Um ao seu lado e outro pela porta do carona. De arma em punho, o bandido mais próximo gesticula para baixar o vidro. E anuncia o assalto sendo a operação finalizada com a subtração de seu carro e todos os seus pertences. Teve sorte de não ter morrido. Ao chegar na delegacia, abalada emocionalmente com o ocorrido, relatou o fato ao agente de plantão que logo transcreveu o BO. Ao sair da delegacia havia um carro de reportagem da TV local sedento por reportagens do tipo, que logo montou o circo para colher mais uma matéria de cunho policial começando com a primorosa pergunta “O que a senhora sentiu ao ser assaltada ?” Fico a pensar como reagiria o repórter e sua audiência se a resposta fosse: “Fiquei bem alegre ao ver a arma apontada para minha cara dizendo para entregar o meu carro, pois estava precisando de fortes emoções na vida sem graça que levo.”

Os repórteres acima para chegarem a trabalhar em tal profissão estudaram um certo tempo em faculdades e especializaram-se em outras tantas, mas não percebem a imbecilidade das perguntas que fazem. O que poderia melhorar a situação seria a inserção de matéria na ementa dos cursos que trabalhasse com a avaliação de ambiente, com critérios éticos e aplicação do bom senso, ou seja, popularmente falando, utilização do desconfiômetro.

Já em outro local não muito distante dali, mais precisamente na pizzaria do Congresso. Transcorre uma CPI. Palco montado, atores e “a toas” em posição, dezenas de repórteres com suas câmeras e gravadores em prontidão, sala-auditório abarrotado exalando uma mistura de cansaço com frustração, pois lá este disco não vira não, em meio a cochichos mil o alto-falante quebra o decoro pedindo atenção à formulação da pergunta do nobre parlamentar dando assim procedimento à investigação: “A Vossa Excelência recebeu dinheiro do mensalão ?”. (Aqui vale uma interpretação do pensamento parlamentar: O termo V.Exa. denota pessoa importante, indo ao congresso, é de expressão pública, conclui-se é um dos nossos.). Neste ínterim é difícil conceber uma outra resposta para tal pergunta, mas estupefato ficaria se a resposta fosse: “Claro que recebi e continuo a receber e também peço a inclusão de minha sogra no prolatado mensalão”.

Concluo o texto com um questionário, com requinte de extremismo, para preenchimento de uma vaga na minha empresa e inicio com a pergunta: “Você é responsável ?” e finalizo com a “Você foi honesto ao responder este questionário ?” ... Pensemos no assunto.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Direito um curso em vão ?

A vontade de justiça impera constantemente em nossa injusta sociedade. Temos uma volúpia a clamar por justiça cada vez que estamos pausados no prato denegrido da balança.


É triste ver, que a cada semestre, milhares de alunos bacharéis em direito recém-formados sedentos pelo nirvana jurídico passem vários anos a financiar um canudo universitário atingirem a vergonhosa marca de mais 80% de reprovação no exame de ordem da OAB que dessa forma chancelam que o estudo já feito não é sério.


Estes amantes da igualdade para chegarem ao ápice da carreira estudam em média uma década somente sobre termos de igualdade e isonomia para depois jogaram tudo fora, legislando em causa própria para se deliciarem nos vícios privados em detrimento da já minguada distribuição de benefícios públicos cunhando a ferro e fogo o ditado "Faça o que digo, não faça o que faço".


Os benefícios do cargo são amiúde jogados na imprensa. Férias dobradas, turnos espaçados na maioria vespertinos, recessos mil fazendo crescer o abismo de regalias perante o proletariado. Estas vontades que mais crescem parecem mostrar que o estudo da justiça faz aumentar a miopia do abismo das classes sociais e coloca por terra, o art 5. da Constituição que reza que todos são iguais perante a lei. Não é de estranhar que a sindérese, faculdade no uso do bom senso, passa longe do berço esplêndido, só que o berço esplêndido é feito de plástico barato.


Não quero dizer que tudo está perdido, já dizia a parábola que "uma maçã podre estraga todo o resto" melhor parafraseando, invertendo a parábola, é dizer que todo o resto apodrecido não poderá estragar a última boa maçã. Faço aqui um esforço de esperança para o curso que demonstre logo para que veio, que consiga ser pragmático no estudo que perpetua a justiça, que enalteça as demais necessidade de igualdade, que deixe de vangloriar o financeiro nirvana jurídico e que finalmente demonstre que não é um curso em vão. Fica a parecer que quanto mais se estuda sobre igualdade menos ela deve ser praticada.


terça-feira, 27 de março de 2007

O pragmatismo teórico

Ao narrar fatos, acontecimentos e histórias estamos de certo modo atrelados a eles. Não podemos inventar com o intuito de melhorar a audiência. A forma como se relata é importante, entretanto a essência do fato deve ser preservada. Estou motivado a falar disto porque fui questionado por eu está sendo mais um escritor que copia e cola os acontecimentos sem nada a acrescentar.

Esta situação é deveras importante, pois a audiência se pronunciou. É uma pena que é um parente próximo que levantou tal questão e se aproveitou do parentesco para não relatar por escrito, com um comentário, aqui no blog. Pedi, insistir, mas ele não quis registrar, contudo vamos ao trabalho.

O vocábulo acrescentar que finaliza o primeiro parágrafo pode ser interpretado em promover idéias pragmáticas que realmente resolvam os problemas sociais. Sociais uma vez que a maioria dos textos críticos que populam os jornais, revistas, blogs e a mídia em geral parafraseiam problemas governamentais que necessitam de respostas políticas.

Soluções políticas são ações que atingem a sociedade sendo somente executadas por representantes eleitos e legalmente investidos para tanto. Sabemos também que a imensa maioria destas ações não resolvem nada. A partir destas falhas é que sobram idéias das mais variadas estirpes para solucionarem os problemas.

A palavra pragmatismo aqui interpretada como um conjunto de textos com pretensões de solução-idéia que ditam como resolver os desajustes sociais e que se fossem postos em prática acabariam com as mazelas públicas. Já o termo teórico é tudo aquilo que não foi praticado que carece de efeito real-modificativo. Diante da exposição etimológica do pragmatismo teórico fica evidente que muitas soluções jazem no continuísmo teórico devido a serem postuladas por pessoas sem o poder de execução. Dentro deste cenário estas resoluções ganham classificações de sucesso ou fracasso conforme as expectativas, sintonias e/ou afinidades de quem as lêem com as idéias e ideais internos do escopo executivo do projeto.

Não que seja errado teorizar soluções, mas sim o exigir de escritores tratados governamentais imbuídos em êxito. Parto do princípio que é fácil elucubrar projetos que fiquem no papel, pois a probabilidade de serem executados é miníma e o traumatismo da expectativa de sucesso do projeto é inexistente. Neste ponto fica fácil a propagação de falácias pragmaticamente teóricas.

Ainda mais que o imediatismo impregnado na cultura brasileira fortalece a crença que o mais rápido é melhor. Exemplos vivos disto não faltam. Atenho-me somente aos problemas e as soluções dadas relativas à segurança pública e ao apagão aéreo denunciam por si que o trabalho não é sério. Criando resultados prosaicos de âmago paliativo onde o ditado “É melhor prevenir do que remediar” seria a melhor das soluções.

Dizem que um exemplo de sucesso deve ser copiado. Países que hoje estão na vanguarda do desenvolvimento adotaram simples remédio que contraria o parágrafo anterior que é o investimento em educação. Esta é a bandeira que levanto. A educação demanda tempo em que são necessário vários mandatos presidenciais sendo este o principal impedimento. É importantíssimo o desprendimento de não escrever o nome na história, pois os louros da vitória educacional não poderão colhidos no próprio governo, mas sim no governo de 30 a 40 anos no futuro. Assim sendo, precisamos exercitar a memória para que nos faça lembrar de quem fez e expurgar todos aqueles que nada fizeram quando puderam.

Graças à educação, faculdade esta, que me permite transmitir este texto até você, que torna esta sequência de letras, palavras, frases e orações em informação inteligível, que facilita nos interagirmos em uma só voz, via Internet, para que realize o sonho que é a capacidade interpretativa pudesse atingir todo um povo da mesma forma como a onipresente televisão penetra na mente das pessoas e fazer deste texto não ser mais um exercício de pragmatismo teórico.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Dinheiro como estupidificador intelectual

De pouco tempo pra cá temos sido constantemente informados que o clima da terra está mudando, seja em aumento da temperatura, seja em constantes e mais presentes intempéries e isto tudo como consequência do efeito estufa que é o acúmulo de gases que impedem a saída do calor da terra. Essas informações todo mundo já está cansado de saber, mas o que este texto evidencia é como o dinheiro estupidifica a ciência, fazendo-nos passar por ignorantes e alienados.

Os alertas referentes às mudanças climáticas já existem há mais de uma década. Foram ao longo deste período, apresentados por ativistas ecológicos, cientistas de pouca expressão e reconhecimento mais técnico-acadêmico do que propagandístico, isto não sendo indicativo de fragilidade argumentativa ou imperícia, mas sim de munição para empresas capitalistas que tem em seu bojo a cultura do lucro inescrupuloso, para denegrir qualquer ínfima notícia que utilize tais alertas e por fim calar toda a voz que ameace o seu status ou norma vigente do lucro fácil sem preocupações ambientais. Ou seja, a informação para ser factível e ter um certo tom de respeitabilidade precisa vir de meios sérios sendo veiculada pelas grandes redes, pelas autoridades que ditam o modo operandis do sistema.

O cume da imbecilização se deu no dia 01 de fevereiro de 2007 em Paris, capital da França, na conferência da ONU sobre o clima. Onde diversos “cientistas” e participantes chegaram a sublime conclusão que o aquecimento global é causado pelo homem. O que causa grande constrangimento é que estes cientistas, seres iluminados sob o arrepio da razão achem que a população, em geral, ostente na testa um atestado de burrice-néscio-contaminante (eu sei que esta palavra não existe mas o sentimento que se traduz é quase este) em pensar que somente agora depois da dita reunião, que a causa do aquecimento global pôde ser descoberta. Agora fica a pergunta no ar: Se não fosse a ação do homem na terra a causar tais problemas o que nós poderíamos indiciar para tanto?

Não iremos fazer um tratado de geologia, mas sim, contar um pouco de estória. Supondo que a terra tenha 100.000 anos de idade e de lá pra cá, vem sofrendo variações climáticas, de certo modo mensuráveis e previsíveis, com base em métodos estatísticos percebemos que as intempéries ocorrem dentro de certos padrões e períodos não muito voláteis. Dentro deste escopo, com a revolução industrial, com o aumento da emissão de gases poluentes, sejam de origem animal, mineral ou vegetal, com o cultivo agropecuário em larga escala em áreas dantes florestais e várias outras intervenções fazem daqueles padrões pretéritos comportados passarem a ser enormemente diferentes e amiúde mais mutáveis a cada ano. E essas intervenções são originárias da presença do homem e suas andanças pela terra em nome da sobrevivência.

Será que era realmente preciso reunir diversos cientistas, que tem toda vida científica patrocinada por empresas, que detém o pódio em poluição ambiental permitirem seus pupilos chancelarem pesquisas que contrariem seus interesses, chegassem a óbvia conclusão que o aquecimento global é culpa do ser humano ?

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

O problema do lixo tecnológico (e-lixo)

Hoje escrevo com um certo pesar sobre o problema dos resíduos da produção tecnológica e o qual não vejo solução imediata. Seria eu ingrato falar mal do equipamento que hoje uso por ele ser futuramente um peso ecológico, mas não podemos fechar os olhos para o que acontece com o e-lixo.

Existem diversos fatores que aceleram a produção do lixo eletrônico, mas um dos que mais prejudicam é a extração da matéria-prima que compõem os equipamentos. O níquel, metal este em abundância no nordeste goiano mais precisamente em Niquelândia e Barro Alto – GO, que são cidades altamente cobiçadas pelas mineradoras devido ao níquel de alta qualidade que serve para produção de CD´s e DVD´s. Em larga escala, os CD´s são ofertados com facilidade em mercados, shoppings e feiras, mas que logo logo estarão em algum lixão jogado ao relento, pois muitos servem de apetrechos de equipamentos que rapidamente estarão obsoletos em mais uma onda do modismo tecnológico. Isto sem falar nos CD´s e DVD´s de baixa qualidade fornecidos pelo mercado cinza do entretenimento.

A complexidade inerente aos circuitos do equipamento eletrônico dificulta o conserto isolado de um módulo já que este, sendo novo, é oferecido em muitas vezes a preços mais comedidos do que o próprio serviço de conserto. Como a placa contém metais pesados sendo não consertada irá jazer ao ar livre em algum lixão próximo agredindo o meio ambiente.

O trabalho da indústria de software fomenta sobremaneira a rápida obsolescência do hardware impulsionando na esteira mais equipamentos velhos a serem acumulados no aterro. No final do mês passado foi o lançamento do Windows Vista, sistema operacional da Microsoft, com muitas novidades que na verdade são mais perfumaria do que produtividade. Na troca do sistema, para o mínimo do sistema funcionar tem que trocar por mais poderoso: o processador, a memória, o disco rígido, a placa de vídeo, ou seja, um novo computador. O impacto ecológico com a chegada do Vista é tão grande que até o Greenpeace está engajado na luta contra o lixo tecnológico que irá ser produzido. Vide site da folha de São Paulo.

O status de quem vive da tecnologia conjuntamente com os ditames do estilizado modelo vigente acabam de minar qualquer força restante na economicidade racional perante o justo uso do equipamento.

Seria o caso de pensar em produzir tecnologia com respaldo ecológico em que a indústria já se comprometesse a buscar componentes que tenham características recicláveis, ou seja, utilizações de técnicas e insumos de menor ataque ambiental. Por exemplo, o papel eletrônico para visualização de textos serve na substituição (leia-se não compra) de monitores de vídeos e bem como na economia de papel. Vide Livro eletrônico, uma necessidade publicado em 12/01/2007.

O capitalismo selvagem empurra-nos equipamentos com preços forçadamente baixos que precisam de insumos caros (com o viés de compensação) e de pouco rendimento onde muitas vezes custam 50% ou mais em relação ao produto principal onde torna-se preferível a compra de um novo equipamento a abastecer-se somente do insumo. E sem falar que tudo isto vem envolto em nocivo plástico de difícil absorção pelo o meio ambiente. Pelo início do parágrafo temos a impressão de estarmos fazendo um bom negócio, mas não tardará que o resultado da empreita seja cobrado na forma de um mundo mais sujo chegando ao ponto da irreversibilidade, em que a homeostase ecológica não mais acontecerá.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Brasil e o crescimento do espetáculo

No começo era o espetáculo do crescimento. A mídia não cansava de publicar que agora é para valer e vinha o seu presidente a plenos pulmões dizer que o Brasil é o país do futuro, que vai crescer, será de primeiro mundo.

Como o tempo cura tudo não deixaria também de curar mais um surto psicótico do super homem da faixa verde-amarela. Não falo de um caso isolado, pois isto se repete a cada quatro anos sendo mais precisamente quando o cargo maior da república deixou de ser monopólio militar.

O assunto, o Brasil que não cresce, tem vários meandros e vertentes, mas por questão de espaço e tempo de vocês vou me ater em dois tópicos: A eleição da Câmara dos Deputados e o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A eleição da Câmara deixou as coxias do teatro eleitoral para receber os holofotes da imprensa. Neste cenário se cercar vira manicômio e se cobrir vira circo e onde o presidente espera a Câmara e Câmara espera o presidente demonstra que realmente estamos em um país de faz de conta. O palco está completo para confirmar que o processo não é sério começando que janeiro é um mês apático, fevereiro o da esbornia e que se junta em mais uma nova “pizza”, agora só falta a música de fundo dizer: “Vamos comemorar como idiotas. A cada fevereiro e feriado”. E a platéia amiúde cansada de ver o mesmo queimado filme, quer o ingresso de volta, fica estupefata com a rixa entre parlamentares para ver quem irá ter a caneta dourada assinar o temerário aumento dos pobres representantes políticos.

O PAC tem tudo para dar certo, mas tem um pequenino problema que é o país onde foi gerado, o Brasil, país que tem a maior carga tributária, a maior taxa de juros, a maior das piores distribuição de renda, a maior corrupção, a maior impunidade não poderia também deixar de ser o maior concentrador de tudo o que há de pior para um país crescer. Como se já não bastasse temos ainda que lidar com a fogueira de vaidades dos partidos políticos, onde o que se planta, nada dá.

Tudo bem o programa é muito bonitinho ainda mais do jeito que foi panfletado já era para está sendo executado, mas esqueceram de dizer que o Brasil também tem troféu em burocratizar. Pra começar: o Congresso tem que aprovar, a esquerda se vangloriar, a direita com recurso entrar, a Câmara presidente apresentar, o STF julgar, o MPU julgamento confirmar, o político cueca estufar, o governo mais arrecadar, o povo menos ganhar, a população rezar, o papa abençoar, os planetas alinhar e se agora o texto rimar não estranhe o espetáculo do crescimento não vingar e o crescimento do espetáculo aumentar.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

A dificuldade em ler

A grandiosidade e a extensão do Brasil não é refletida na quantidade de pessoas devotadas a leitura. Nota-se que em diversos eventos culturais há um número bem menor de pessoas que vão às feiras e encontros quando comparado ao tamanho da população. Esta discrepância quantitativa é merecida por diversos fatores, mas que giram em torno deficiência escolar.

Antes de externar os fatos, mais precioso seria um exame de auto-conhecimento que denotaria termos problemas de ordem salutar na população que atrapalham a leitura. Dos cinco sentidos, a visão é de longe a mais importante para a leitura. Se esta faculdade estiver defeituosa, a qualidade do aprendizado também será precária. Aliada ao custo de uma consulta oftamológica, grande parte da população apresenta vários problemas de vista: Catarata, olho seco, miopia e vista cansada são algumas das enfermidades que se apresentam como inimigos da boa leitura.

A falta de conhecimento e a ignorância favorecem a proliferação de maus costumes em relação à leitura; já não é fácil sair da inércia cultural, pois a falta de bons leitores-exemplos pioram e dificultam a escalada no hábito de ler, e o desconhecimento que um bom local de leitura propicia são fatores que deveriam ser combatidos com boas idéias, tais como: grupo de discussão nas escolas e bairros, criação de locais apropriados a leitura com boa iluminação, baixo nível de ruído, diversidade de textos e periódicos e uma maior divulgação da agenda cultural da cidade são pontos centrais a serem desenvolvidos.

A incipiência no contato com a leitura demonstra a necessidade de textos inicializadores que não amedrontem os leitores. É comum nas escolas primárias já envolverem os alunos em textos da alta literatura de extremo rebusco que mais fazem assustar do que formar futuros leitores. É prioritário nesta fase conquistar a confiança dos alunos com textos de fácil compreensão e aprendizado.

Uma pessoa que não lê será um gerador de não leitores. A natureza nos coloca um desafio: se somos pais sem intimidade com a leitura, como faremos que nossos filhos sejam assíduos em ler? O aprendizado inicial se dá na forma do exemplo, sendo este ponto vital para a não perpetuação do ciclo do não ler.

A moral da estória não se resume na dificuldade de ler, mas sim provocar a motivação para criar uma massa cultural dinâmica que possa ajudar e incentivar o próximo a imergir nas águas promissoras da arte da leitura.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

A sutil invasão de privacidade

Não faz muito tempo que impera a necessidade de interagir, de inserir-se na comunicação onipresente. A sociedade impõe-nos com urgência estarmos sempre disponíveis para qualquer um e em qualquer situação, já para as empresas é importante o controle de tudo que é produzido e até mesmo se conseguiu atingir o objetivo maior que é chegar ao consumidor sendo este mais um número em estatísticas de fidelização.

A tecnologia do sempre conectado surgiu de forma explícita para encurtar as distâncias e dar segurança ao cidadão, neste ponto de vista já domesticado pelo império do medo, o cidadão aceita complacentemente qualquer coisa que carregue o lema “para a sua proteção” e implicitamente esta tácita tecnologia embrenha-se para gerenciar perfis de consumo com técnicas mais sutis e invasivas.

O celular nosso amigo de toda hora, ou melhor de todo o segundo, demonstra a cada Natal que é o presente da vez, a abrangência que atinge seja em qual camada social for, é cada vez maior chegando o índice de uso ser superior a um celular por pessoa em algumas cidades. É a tecnologia encorpada em localizador camuflado, pois permite perimetrar as andanças de quem a usa, é a nova tática para triunfar na guerra entre fixos e móveis. Para que não pensem que seja loucura, algumas operadoras de celular em mais uma dessas promoções, propagandeam que o equipamento móvel passaria a ser similar a um fixo com preços módicos. Para obter tal benefício é necessário seguir um ritual que deve ser feito dentro de casa conforme a praxe da operadora. Agora não ache estranho se o celular passasse a ser chamado de dedurador-de-localização-telefônico.

Já outra tecnologia de comunicação é o GPS (sistema de posicionamento global) que permite localizar um objeto que a contenha, está cada vez mais presente na sociedade, seja para rastrear a integridade de um caminhão, avião ou navio, seja para facilitar a locomoção nas cidades. Esta presença, já está em certo ponto tão profunda que serve aos paranóicos transformarem o objeto em parte do corpo humano vislumbrando em proteção anti-sequestro. É a tecnologia avançando em nome da segurança.

Com o crescimento da cadeia de produção as empresas estão ávidas por um melhor e detalhado controle. Esta melhoria está sendo implantada por meio de etiquetas inteligentes denominadas RFID. Intrinsecamente elas contém informações do produto tais como: conteúdo, fabricante, validade e a mais interessante a localização, pois estas etiquetas emitem ondas de rádio-frequência que possibilitam obter os dados citados isto quando próximos a determinados receptores eletrônicos.

Fica o pensamento que em futuro não muito distante ao sair de um supermercado, o cliente não passará mais por caixas registradoras, mas sim somente por uma saída em que fornecerá o seu cartão de crédito já com as compras todas contabilizadas. Mas persiste a seguinte dúvida, será que os RFID's uma vez completado o objetivo de chegar ao consumidor cessarão de emitir o sinal ou ao aproximar de outro “inocente” receptor eletrônico voltaram a dedurar a sua localização ?
Não pense que estou falando do seu novo brinquedo que permite navegar na Internet sem aqueles emaranhados de fios. Pensando melhor, talvez a sutil invasão esteja só começando.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Livro eletrônico, uma necessidade

A escrita, esforço de transferir o pensamento para o papel não mudou ao longo do tempo, porém o meio que transmite a mensagem vem se transformando rapidamente. No princípio era um composto de algodão, chamado papiro, já com a produção em larga escala, transformou-se em papel que modificou-se de tamanho, forma e principalmente exponenciou a sua produção. Para minimizar os problemas de tal fato, a informática já se prontificou a criar tecnologia que substituirão os livros de papel.

Com o advento da evolução industrial e da tecnologia, o consumo de papel cresceu vertiginosamente. A produção mensal de textos foi alavancada a casa dos milhões, basta ver o volume de artigos, revistas e livros que são lançados.

De fato, os gastos com papel crescem ininterruptamente, ainda mais com a enxurrada de publicações que se propagam diariamente pela internet, sendo que muitos destes textos serão impressos isto devido a diversos fatores: a leitura demorada em um monitor de vídeo, mesmos para os mais avançados tecnologicamente como os de LCD, trazem consigo o desconforto da posição de leitura, da ofuscante claridade que cansa a visão e da falta do “aconchego” do texto nas mãos.

O aumento do montante de livros avança sem descanso. É notadamente visível que os textos aumentam, não só em tamanho, mas também na quantidade. Fica fácil perceber que o volume de páginas de um livro cresce a cada edição. Na atual situação, o crescimento da especialização vem favorecer a multiplicidade de títulos e o crescimento da abrangência dos temas. A consequência deste tópico se faz presente nas mochilas com rodinhas, na má postura e na coluna vertebral que nos avisa sobre o “peso cultural” que levamos.

Com tamanha voracidade pelo saber o ser humano inflige à natureza pesado tributo. Os ambientalistas chamam amiúde atenção para o consumo desenfreado de papel que faz reduzir várias florestas a um monte de resmas. Não faltam estatísticas que a produção de papel traz enorme impacto ambiental, levando em conta que para produzir uma tonelada de papel são necessários três toneladas de madeira, vinte e cinco mil litros de água e considerado consumo de energia elétrica nos fazem pensar em rever conceitos.

Diante do cenário acima montado, a contra-partida também se apresenta pela via tecnológica, diversas empresas, tais como a Philips, Sony e Irex Technologies (desenvolvedora do ebook Irex Iliad, vide: http://www.irextechnologies.com/) estão enveredadas em avançadas pesquisas na produção de artefatos que substituirão os livros de papel sem nada a dever, seja em leveza, design e comodidade.

Os livros eletrônicos ou ebooks, denominação sugerida para estes equipamentos, são produzidos com a inovadora tecnologia da tinta eletrônica (http://www.eink.com/) a qual permite a visualização perfeita, até em dias claros, de textos sem o incômodo da iluminação direta dos dispositivos hoje produzidos sem esta tecnologia.

Com tais funcionalidades, os ebooks minimizam os gastos com papel, com textos disponibilizados no livro eletrônico não necessita impressão, com uma biblioteca virtual, pois permitem o armazenamento de dezenas de livros, evita-se o ato de carregar pesados e volumosos livros e com a possibilidade de fazer anotações, ser um bloco de notas. Por esses e ademais motivos faz do livro eletrônico um produto de grande aceitação e abrangência de atuação.

Os parágrafos acima, sobre livros eletrônicos, não têm a pretensão de esgotar tão vasto assunto, mas sim de colocar o foco em importante tema que é a disseminação da leitura pela tecnologia digital, desta maneira protegendo o indivíduo e o meio ambiente.
E a natureza agradece. ;-)

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

O porquê de ser mais um

Quando comecei a cogitar em escrever pensara eu que seria fácil produzir belíssimos textos de grande qualidade, com primor literário, objetividade e de fácil compreensão feitos de uma só canetada; não demorei muito a perceber que o lápis e a borracha seriam grandes aliados. Em ledo engano estava eu, envolto sob o manto da inexperiência que aqui se interpreta em teoria utópica não realizada na dura prática.

Decerto, não imaginei que uma simples folha em branco seria tão ameaçador obstáculo entre a incipiente semente literária que aqui vos escreve e a cátedra da Academia Brasileira de Letras. Brincadeiras a parte, a tempos atrás, começar em um blog não havia sido considerado, ainda mais que um blog não é feito para criação de peças literárias, mas sim um local que viabiliza a escrita sem as obrigações das exigências editorias, que no meu caso encaixara como uma luva, porém o fato de eu ser apenas mais um nas páginas da internet mostrava-se um claro incômodo.

A criatividade, faculdade esta que minimiza o incômodo, é o estímulo de sermos mais um, mais de um, sermos muitos, muitos em um só, é a materialização do ser diferente, é a força que nos move a sobressair da multidão, é a motivação de querer mudar o mundo, mesmo que esse mundo seja do tamanho de um blog, é a pluralidade de idéias em que apreendemos pontos que nos permitem, a cada dia, melhorarmos, é a diferença entre hoje estarmos sentados diante de um monitor de cristal líquido e a uma pretérita caçada com paus e pedras para saciarmos a fome.

Espero que com este texto possibilite motivar outras pessoas que sentem uma inexplicável vontade de escrever, que concretizem o sonho e que não se preocupem em ser mais um que escreve.