quarta-feira, 17 de junho de 2009

Não deveria ser assim

Já não sei quantas vezes estive aqui. Se foi em casa, no café, no bosque ou na biblioteca, não consigo lembrar. Se foi pela manhã, ou a tarde ou mesmo a noite, difícil precisar. Com lápis ou caneta, de papel ou rascunho, de notebook ou netbook também não ajuda recordar, mas o que sei que escrever é um eterno labutar.

A ideia, o prato principal, é o ponto mais importante na confecção de um texto, a maior variável a importar enquanto o local, a hora e o que utilizar deveriam nem se considerar.

Por vários dias em casa pela manhã, com lápis ou caneta a folha em branco impõe-se a este pequeno projeto de escritor perdido em ideias mil em raro momento de criação titubeia a escrever envolto em ambiente caseiro deixa se levar por devaneios improdutivos em saraivada de devaneios que faz-me concluir que a casa não é o local para o literário criar. Ledo engano.

O cheiro é forte e inebriante vem do café colonial na padaria que entremeia a casa e o trabalho faz qualquer incipiente autor pensar que lá é o lugar para começar. Termino o café e o bosque de frente sem tempo de vacilar insinua-se como belo palco para redigir. Local envolvente onde produz musas inspiradoras com a ajuda de belas árvores verdejantes, frondosas sombras e grama macia, adjetivos tais que merecem considerar.

Já não bastasse estar perdido entre a casa, o bosque e o café. Vem a biblioteca com todo o seu interno saber nos carrega para lá.

Na dificuldade de criar este humilde escritor deveria somente escrever cede aos caprichos da hora e do lugar. Começou pela manhã e já é longe da tarde tendo passado por suas mãos lápis e caneta, papel e rascunhos e eletrônicos mil perdido e sem concluir cansado de tanto não produzir entremeado por questões de perfumaria singelamente senta-se a beira da cama, madrugada a dentro, de instrumento em punho numa canetada só. Nasceu!!!

Deveria sempre ser assim.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Não sei porque fazem isto

Não é de hoje que pequenos atos podem fazer grandes diferenças. Falo isso porque ações, mesmo as pequenas, economizam tempo e espalham sorrisos.

Hoje fui ao museu, logo na entrada tem uma grande rampa, sem ser preciso, de uns cem metros de extensão com inclinação próxima de 10º graus, logo uma bela subida. O sol estava a pino já passavam das onze horas. Em local próximo estavam três seguranças que olhavam enquanto subia alegremente em busca da Arte.

Essa subida para mim nunca foi empecilho ou penosa pelo contrário sempre depois do esforço era recompensado em estar entremeado por obras e produções artísticas que amiúde elevam o espírito.

Contudo neste palco a alegria bateu a cara na porta. O museu estava fechado. Estupefato fiquei um pedaço de papel grudado no vidro dizia: “Estamos em férias só semana que vem”. Aquelas palavras pareciam chegar a mim como uma mão grande, ao ser barrado e com boca pequena, as letras eram acanhadas. Coisas de alguém com vergonha do que ia dizer.

Entender, entender, entender.... Não tem como entender um museu que é feito para ser visto ainda mais em época de férias estar fechado. Recomposto do acontecido dispus-me a descer os três seguranças estavam com aquela cara de paisagem que me fizeram pensar no acontecido.

Já ao pé da rampa percebi que o mesmo papel-barreira estava grudado em parede branca na altura do joelho parecia que pedia para não ser visto, na verdade se escondia das pessoas.

Não sei porque fazem isto...

Pego a chave e perto do carro, vejo quatro pessoas prestes a subir. Voltei e disse: Não subam e apontei para o papel. Leram, agradeceram e deixaram um sorriso.

Não sei porque NÃO fazem isto...