segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um OVNI na piscina

Foi em um sábado, dia 18 de outubro de 2008 o sol já não dava o ar de sua graça, sem ser muito preciso no horário às 15:30 um objeto pousou dentro da piscina do Club.

No local estavam poucas pessoas, uma jovem, duas crianças e um adulto a usar a piscina e mais uns quatro adultos utilizando a churrasqueira mais próxima da quadra de esporte. Quando a criança de uns 5 ou 6 anos gritou: Tem uma coisa voando!

O vento bailava as plantas que ornamentam a piscina e fez o objeto voador dar vários rodopios indo de um lado para outro e em poucos segundos pousava dentro da piscina.

PASMEM!!!! UM SACO DE LIXO ??

Há de se pensar em três hipóteses para o ocorrido: pura maldade, grande inocência (criancinha a brincar com o saco perto da janela), ou acaso total: acariciado pelo vento um saco descuidado partiu de uma janela e alçou vôo para sua viagem insólita.

Independente da motivação as consequências do fato poderiam ser graves, imaginem se o saco caísse na cabeça de uma criança pequena dentro da piscina.

Queria eu que esse texto fosse somente um exercício de redação, mas foi pura verdade por mim presenciado e registrado em resumo no livro de ocorrência.

O adulto da piscina.

domingo, 20 de abril de 2008

Tudo é passageiro

De tempos em tempos vem o Governo alertando sobre os perigos da Dengue, doença essa transmitida por um mosquito. E a principal causa deste problema é o descuido da população para com a água parada, decreta o Estado.

No Rio de Janeiro a doença já virou epidemia com jeito eleitoral, a impressa não se cansa de relatar novos casos, logo, logo vira moeda de campanha, pois o pleito está próximo e em breve não vai faltar político dizendo que vai erradicar o inseto.

O caos já está instalado. Há poucos dias saiu no noticiário que os Estados estão a enviar médicos para ajudar o RJ. O exército, um verdadeiro “Bombril” (mil e uma utilidades) para Estado ineficiente, também mobilizou suas tropas montando barracas-hospitais, para a falida saúde pública carioca, como se não bastasse toda esta infra-estrutura, o velho ditado “miséria pouca é bobagem” se fez presente, próximo a uma favela, um hospital-caravana do exército com médicos itinerantes virou trincheira da guerra entre a polícia e traficantes. Já não falta mosquito que pode matar, agora vem "besouro de chumbo" que manda enterrar na primeira picada. É realmente a picada do fim , ou melhor, o fim da picada. ;-)

Não tenho bola de cristal, não sendo eu um arauto da desgraça e nem um cavaleiro do apocalipse, mas parece que o Rio de Janeiro está deixando de ser a cidade maravilhosa, onde o inebriante discurso das belas praias, mulatas saltitantes e nababesco carnaval está se transformando no refrão da música "Deus é brasileiro", composta por Renan Ribeiro e interpretada pelo grupo Terra-Samba:

"Ônibus lotado, povo apertado
Será que na vida tudo é passageiro?
Um calor danado, povo sem dinheiro
Tenho lá minhas dúvidas se Deus é brasileiro
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô, ô, ô"

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Uma biblioteca em crise existencial

ce3po - Flickr
O termo crise existencial é uma maneira de dizer que falta o sentido em existir. Seja em face a questões psicológicas, seja em declaração conotativa, a Biblioteca Nacional construída na capital federal carece até hoje de utilidade e padece desse problema.

Um prédio dotado de quatro andares com amplos espaços criados pelo arquiteto Oscar Niemeyer cravado em grande praça que abrange também o Museu Nacional está sendo palco de grande burocracia e pouca serventia pública.

Em minha primeira e recente visita à Biblioteca o segundo e terceiro andar estão disponibilizados para a exposição de fotografias (Foto Arte 2007 – http://www.fotoartebrasilia.com.br), aliás uma bela exposição, percebi que menos da metade de cada pavimento foi utilizado para a exposição, aliado a experiência de saber que antes dessa exposição o acesso ao local é restrito a somente funcionários paira a certeza que o prédio como um todo é um imenso nada, pois fora do perímetro dos quadros de fotografias não vi e nem percebi a existência de quaisquer móveis sejam cadeiras, mesas, armários e até mesmo estantes.

Biblioteca é um local erigido também para armazenar os conhecimentos e produção cultural que possam ser escritos e publicados em livros, revistas e periódicos afins. É salutar um ponto de convergência entre os criadores e os buscadores de conhecimento (leitores) que na maioria das vezes é uma Biblioteca que faz a ponte ainda mais que o livro no Brasil tem preço proibitivo.

Deste ponto faço um registro de indignação perante ao descaso dado à educação no Brasil, um país carente de massa crítica e de leitores deixa em pleno planalto central, ao lado do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional uma bela e grande construção, que objetiva a democratizar o acesso ao conhecimento, em total e pleno desalento. Não é sem motivo que o país não seja só o campeão da má distribuição de renda, mas também esteja em primeiro lugar em desperdiçar oportunidades.

Se uma Biblioteca adquirisse inteligência artificial pela quantidade de conhecimentos que objetiva manter o exemplar acima descrito estaria em grave crise existencial pois não conseguiria entender a razão de sua existência.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Elucubrações culturais

De longe avisto várias delas, de perto muitos deles. Estou cercado de lojas e estandes com vendedores ávidos por compradores. No interno aconchego, os livros me abraçam fico perdido com tantos conselhos que os escritos sussurram. Gosto muito de tudo isso.

É um grande local de informação dividido em espaços e estandes, de livros e estantes. Tem de tudo, do novo ao usado, do best-seller ao “ensebado” prontos a serem consumados. Onde tem criança, adolescente e experimentado. Tem de monte a um pedaço, falo dos livros e do cansaço. As professoras que confirmem o fato. Organizar um passeio com 20 a 30 crianças é um trabalho digno de um abraço.

O passeio é cambaleante, as pessoas transitam de maneira incessante. O burburinho é presente, a devida atenção nos livros é ausente, e a cada edição o volume literato é crescente. Busco ali e acolá um livro ou revista que me faça pensar.

Não sei de princípio por onde começar é tanta coisa a folhear, os olhos ficam a bisbilhotar o que os livros tentar falar. Tem pessoa que vem me socorrer digo estou somente a percorrer, eu sei que está querendo vender e percebo meu bolso avisando em me conter, com esperança, o preço ainda há de ceder.

Tenho muita vontade em me entreter, leio aqui, folheio outro ali. Vejo que tem muito o que ler. Logo um me prende a atenção está meio do saguão, ali perto do vão. Fico ali um belo tempão, o vendedor inquieto com a minha divagação, pergunta se preciso de uma ajuda então. Digo que não, sei que é sua obrigação vender para ganhar o pão e vigiar aquele montão. É grande a sua preocupação, ainda mais que um jornal perto do latão avisa que a corrupção escorre pela mão.

Fico triste com a situação em meio a multidão, pessoas sedentas por informação, vejo que esta pequena importunação ocorre amiúde sem qualquer distinção. Deixo aqui as loucuras no porão, compro de pronto já, o livro que em minha mão está, esperançoso com mais informação ajudar este mundão a melhorar. E quero que esta Feira do Livro possa abraçar uma quantidade maior de pessoas querendo estudar.

sábado, 28 de julho de 2007

A sujeira da limpeza

O começo do texto se dá em um local onde poucas pessoas dão atenção à sujeira que cometem mesmo estando em um ambiente que é feito para manter-se limpo, literalmente em duplo sentido. O banheiro público local este, que no Brasil estima-se que 10 milhões de pessoas usem-no, no mínimo, duas vezes por dia. Por questões de higiene, a maioria dos banheiros tem toalha de papel, que mede em média 0,06 metros quadrados.

Em minhas andanças higiênicas que são feitas somente em momentos estritamente necessários (não sou pesquisador catedrático) percebo que cada pessoa utiliza não menos que 4 toalhas de papel para secar as mãos, fazendo ser totalmente supérfluo o onipresente aviso: “Duas toalhas são suficientes para secar as mãos”. Neste pequeno deslize de atenção cada pessoa abusa de 0,12 metros quadrados de papel-toalha a cada ida no banheiro, transformando em grande descaso com o meio ambiente. Para tal afirmação ser verdadeira farei um cálculo. Em trecho acima disse que menos de 10% da população brasileira usa o banheiro público duas vezes por dia. Cada usuário gasta 2 toalhas excedentes para secar as mãos. Tendo uma toalha 0,06 metros quadrados de área. Seriam necessários 12 metros quadrados de papel para 100 pessoas com duas idas diárias.

Fazendo um estudo otimista para a ecologia. Alguns banheiros já trocaram a toalha de papel por secadores elétricos (olha o consumo de energia), outros ainda mantém os toalheiros de tecido e que algumas pessoas vão e voltam sem lavar as mãos, os 10 milhões inicialmente anunciados seriam resumidos a 1 milhão de pessoas por dia no Brasil, que utilizam o banheiro duas vezes com excedentes duas folhas de papel-toalha. Com o cálculo em punho do parágrafo anterior teremos gasto 120.000 metros quadrados de papel por dia em idas e vindas.

Diante do latifúndio de papel, o mais correto e sensato, seja para o diminuir o lixo, seja para manter as árvores nas florestas, seria trocar os óculos da insensibilidade e prestar mais atenção no aviso que diz: “Duas toalhas são suficientes”. No ambiente que nos fornece subsídios à adequada limpeza, a não utilização de duas toalhas transformaria a sujeira da limpeza em pontos positivos ao meio ambiente e a natureza agradece.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Onde foi que eu errei ???

Em uma família a organização de responsabilidades, direitos e deveres é feita de maneira bem definida. As atribuições e responsabilidades vão ganhando forma e escopo com o tempo, mas o nascimento dos filhos é um divisor de águas.

O pai precisa dar o exemplo para que os filhos tenham um horizonte de conduta e que essa possa ser mimetizada. Se o pai for de índole má será bem provável que os filhos o seguirão, já sendo detentor de uma reputação ilibada a sua prole terá grande probabilidade de também a ter. Mas nem sempre essa regra é inexoravelmente presente, porque vai depender também de quanto os pais gratificam os acertos e repreendem os erros de conduta dos filhos.

O governo sendo um pai para os seus cidadãos tem sido, de uns tempos pra cá, bem reticente e ausente na correção dos erros de seus “filhos”. A polícia federal tem apresentado a personalidade de um irmão mais velho: de orientar, de punir, de prender, de chamar a atenção para os descaminhos dos “irmãos”. Vem fazendo papel de alertar o pai para os problemas que as atitudes dos “irmãos” mancham a reputação da família.

Contudo o governo (o pai) totalmente alheio ao desvirtudes dos “filhos” juntamente com os representantes da justiça (a mãe) e acobertados pelos parlamentares (vovôs) fazem diariamente péssimos exemplos de uma família desgovernada.

O irmão mais velho PF bate, grita, prende e avisa o pai. O governo ausente como sempre vive falando que não sabe de nada e pede à mãe para cuidar do caso. A justiça com peninha maternal e com a ajuda dos vovôs parlamentares mandam soltar o coitadinho, filhinho de papai queridinho da mamãe. Ele não fez isto ou aquilo, meu filho não se mistura com essa gentalha.

Já os vizinhos, diga-se países, tentam ajudar dando conselhos, pedindo para ler a cartilha, querem investir, mas ainda se sentem inseguros se deixam seus filhos “estudarem” juntos com filhos desregrados que não tem limites que desconhecem as leis e que sobrevivem da impunidade. Não é a toa que cobram-nos mais transparência, lisura, menos burocracia e corrupção.

Não vai adiantar chorar depois pelo leite derramado, ficar se lamentando que a prole não aprendeu sobre o correto e os bons costumes e nem tampouco tampar os ouvidos para silenciar o eco da frase: “Onde foi que eu errei ???”.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

A paz sob escolta de guerra

A visita do Papa ao Brasil no mês de maio não só lavou e purificou corações e mentes dos fiéis católicos, bem como colocou o Brasil no altar dos santos com a beatificação de Frei Galvão primeiro santo nascido no país. A visita foi um grande espetáculo, seja no tamanho da multidão que compareceu à missa, seja no grande e extensivo aparato militar de proteção digno dos que se fazem em tempos de guerra para um chefe de estado.

Na grande mídia o assunto orbitou reiteradamente na beatificação do santo brasileiro, locais por onde o Papa iria passar e ou ficar, nas vestes, comidas e na cadeira que o santo padre iria vestir, comer e sentar e na proteção que a polícia conjuntamente com o exército iriam proporcionar à população. Nota-se que a mídia divulgava, mesmo em volume baixinho, que a força militar estaria ali mais para proteger a população do que o Papa. Como já dizia o título de um programa televisivo “Acredite se quiser”.

No Campo de Marte a missa transcorreu divinamente tranqüila mas só faltou aparecerem alguns famigerados marcianos pois a presença da pesada artilharia demonstrou que estavam ali mais para uma guerra do que manter a tranqüilidade da missa ainda mais que no local foram avistados alguns tanques de guerra, vários helicópteros, dezenas de centenas de soldados e um sem número de atiradores de elites, tudo isto em prontidão para proteger a indefesa multidão de fiéis.

Neste cenário o que não fica claro é que quando o Dalai Lama, também uma Santidade, vem às nossas terras não carece de nababesca proteção militar.

Mas um assunto que passou longe dos holofotes midiáticos (vide em: O Papa e a CLT) foi o pedido do Vaticano para o Brasil não reconhecer o ofício de padres e sacerdotes como relação trabalhista. Pois se assim o fizer o Brasil iria abrir as comportas de uma enxurrada de processos trabalhistas impetrados pelos sacerdotes contra a Igreja, mas também daria forma a um enorme passivo trabalhista a favor do governo brasileiro em detrimento do episcopado.

E que o Papa venha todos os dias para nos proteger.